Quebrando o protocolo

Meta para 2007: Ser um coelho.

Recentemente, fui intimada por um grande amigo, Dave Reis e incentivada por Rafael Lima - o dono deste leiaute- a postar as metas para 2007, conhecidas por "43 things" por blogueiros. São raros os momentos em que eu escrevo em primeira pessoa neste blog. Mas um pedido desses rapazes, que tanto apoiaram o AVT desde o início, é uma ordem. E Deus sabe como eu não gosto de receber ordens!
Por isso mesmo, a primeira meta para 2007 é aprender a ouvir calada. Em outras palavras, ser um coelho. Mais que em qualquer outro momento da minha vida, sei que todos, indistintamente, devem buscar ser um coelho. Não sexualmente falando, embora a idéia não seja ruim. Mas um ser visivelmente agradável, bonitinho e astuto. Não falso. Naturalmente, coelho.Do tipo que as pessoas vêem e falam: "mas é só um coelho, que bonitinho! Olha, foi embora e não incomodou ninguém! Como os coelhos são agradáveis!" Seja um coelho e até as crianças vão lhe amar na páscoa. Sabe toda aquela conversa do Bial sobre o filtro solar? Esqueça. Apenas seja um coelho. Eu ia dizer que a principal meta era manter o equilíbrio, amadurecer, desenvolver o lado espiritual, mas ser um coelho resume isso tudo. Acredite, ninguém vira um coelho sem isso tudo.
Além disso, é hora de ser mais egoísta. Durante toda a vida a gente aprende que essa palavra é horrível, mas chega uma hora em que todos precisam ser ao menos ligeiramente, egoístas. Ter mais tempo para si mesmo, para se cuidar, pensar mais em si, em sua própria vida. Ao menos os egoístas se ocupam mais com a sua própria vida que com as dos outros. Ter mais tempo para aqueles que amo, inclusive a família, é fundamental. Ninguém pediu para ter a família que tem. Implorou. E comigo, não podia ser diferente. Aprender outras línguas, ler mais, estudar mais, dormir melhor, me alimentar melhor também estão na lista. No final das contas, tudo se resume ao bem estar moral e físico.
E onde quer que eu for com isso tudo, arrasto a custo de um estômago, todos comigo. E suas metas. As nossas. A de todos. Afinal, é esse esforço que continua a nos mover. Ou a graça de saber que não cumpriremos nem metade, mas o que der, será lucro.
Sem grandes metas impossíveis, entro em 2007 reafirmando que viver é fazer escolhas. E a meta de todos nós deveria ser fazer as escolhas corretas, na hora certa. Não mais importante que ser um coelho, claro.