quinta-feira, abril 21, 2005

Falando sério...

É, realmente, peguei pesado com o DCE no item A. Mas expliquei: fiquei puta porque não teve algodão doce! É a força da catarse...

Item B: (Abrir vaga pra minoria na Puta que o Pariu!)
Quem é a minoria???



B.1 – Segundo etnia...

No Brasil, há 180 milhões de habitantes. Destes, 53,7% são brancos, 6,3% são negros, 0,6% são “amarelos”, 0,4% também é o índice percentual correspondente aos índios, 38,4% são pardos, 0,8% não declararam a cor. É óbvio que há pessoas que não declararam a cor. Com definições como “amarelo”, “pardo”, “marrom bombom”, “escurinho”...fica muito complicado responder nossa etnia ao censo demográfico. Eu, por exemplo, devo ser...rosa! Porque branco é um albino que mora numa rua aqui do lado. Ah, não, minto, ele é branquelo. Então, eu devo ser branca, ou amarela, quando deixo de comer...O melhor é responder que tem “cor de burro fugido”! Aí, sim, a coisa se resolve! A cor do Brasil é a de burro fugido! É aquela cor que você não sabe qual é. Como a cor do meu cabelo...
Mas, enfim, o que se sabe segundo o Censo de 2000 é que as minorias são os negros, amarelos, índios e os “burros fugidos”.

B.2 – Segundo Religião

A maioria da população é católica. 15 % é evangélica, 1% é espírita, 0,5% é Testemunha de Jeová e 7% não têm religião.
Eu sou espírita, meu amigo Dave é Testemunha de Jeová e minha amiga Raquel não tem religião. Nós somos minorias, nesse critério. Mas este não se encaixa no programa do Governo. Nenhum de nós ganhou vaga na universidade.

B.3- Renda (distribuição)

10% da população é considerado ricos e detêm 50% da renda. 40% é classe média. 50% são pobres e detém 10% da renda.
Os ricos são a minoria. Mas eles não serão privilegiados pelo programa do Governo. (???)

Agora, falemos de mim:

Eu sou cor de rosa e espírita, mas não me enquadro no programa do Governo porque apesar de ser minoria, nunca sofri nenhuma discriminação por isso, ainda que algumas pessoas pensem que o Espiritismo Kardecista seja macumba e tenha algum tipo de preconceito. Meu cabelo é meio loiro e freqüentemente ouço piadinhas relativas à burrice, mas infelizmente, depois que se descobriu a água oxigenada, eu faço parte da maioria das mulheres. Eu sou bem magra, mas depois que se inventou a fome, a anorexia, a bulimia e a Gisele Bündchen, faço parte da maioria. Meu bisavô era português e se casou com uma índia, então, tenho no sangue, os traços da discriminação. (Burra² = português x loirice!) Mas, dificilmente, vou conseguir me enquadrar no programa do Governo.
Além disso, o meu sangue é tipo O, fator Rh -. Somente 9% da população é O-. Isso significa que eu faço parte de uma minoria. E tenho problemas com isso sim! Na hora de doar e receber sangue, só posso receber de pessoas cujo tipo é O e o fator Rh, negativo. Se eu sofrer um acidente de carro e me ferrar toda, vou encontrar dificuldades para receber sangue! Saber desse empecilho é um motivo de infelicidade na minha vida.
Sou minoria. Mas não faço parte do programa do governo...
Faço parte da classe média, aquela que dá um duro danado, chega a lugar algum, não consegue apoio nenhum do Governo, mas reclama de “barriga cheia”, pois, AINDA não passa fome. Essa classe média também não está enquadrada no programa do Governo. Por essa razão, eu estudei ora em escola pública, ora em particular (com aqueles “descontos chorões”). Por essa razão, eu tive de assentar meu lindo traseiro numa cadeira de cursinho pré-vestibular durante 5 horas e estudar mais 6 em casa, durante 6 dias da semana. Por essa razão, enfrentei 38 candidatos por vaga para tentar entrar numa faculdade federal. Por essa razão, minha vida estudantil não foi nada fácil. E por essa razão, de tanto me esforçar para entrar em uma faculdade federal e não conseguir, tive uma crise de stress e na seqüência, depressão. Mas por essa razão continuei estudando, me esforçando...
E eu pergunto: se questões raciais é um fator sangüíneo e eu sou O- (minoria), descendente de índio, mesmo tendo o olho claro, porque precisei passar por isso tudo? Por que o Governo não me deu uma vaga?
Numa situação de emergência, no meio de uma selva, por exemplo,com todo o dinheiro do mundo, talvez, eu não consiga comprar sangue O-. Mas, se uma minoria racial tem dinheiro, compra uma vaga na universidade...
Já que nem cor e nem sangue passam ninguém no vestibular, por que eu não uso meu tipo sangüíneo e meu fator Rh pra tornar minha vida mais fácil? Por que eu tenho de me esforçar tanto se quiser conseguir chegar em algum bom lugar na vida?
O que se viu até agora foi eu tentando arrumar uma série de pretextos para facilitar as agruras do meu cotidiano. E logo se viu que sangue não é uma boa desculpa para se ingressar de pára – quedas em uma universidade...
Já o fator renda, é questionável. Esse pode ser de fato, um empecilho ao ingresso na universidade. Este, nós iremos defender, a seguir. Essa talvez seja a minoria que o Governo quer ajudar...
Próxima postagem, item C.

quarta-feira, abril 20, 2005

Falando sério...

A proposta do blog é muito clara: tratam –se de textos livres, descompromissados quanto à forma e temas. (Ver “about the blog” no perfil, à direita). Já usamos o humor, agora, passamos a uma série de textos compostos por 6 itens que visam exercer o compromisso social, através de críticas sérias.

Item a: A Reforma Universitária – “What p. is that?”

Muito se tem discutido sobre a Reforma Universitária, essa coisa que você ouve falar, mas não sabe o que é porque o DCE da sua faculdade ao invés de propor questionamentos sobre o tema, aluga “cama elástica”, “parede de rapel” e um mega – fone para recitar poemas de Fernando Pessoa, enquanto algumas massas cinzentas pensantes se esforçam em enxergar os absurdos políticos. Mas ora, não seja tão severo com o DCE. Ele realiza festival de sorvete, o que mais você haveria de querer? Voltando a essa “coisa que está sendo falada na televisão”- a Reforma Universitária -, o governo resolveu chamá-la de: “valorização da universidade pública e defesa da educação como um direito de todos os brasileiros(...)orientada por uma concepção republicana do Estado brasileiro, na qual as instituições públicas têm papel indutor e regulador no processo de crescimento, gerando distribuição de riquezas e de conhecimento.*” Os cinco objetivos básicos dessa reforma seriam: 1)- Fortalecer a universidade pública; 2)- Impedir a mercantilização do Ensino Superior; 3)- Democratizar o acesso; 4)- Garantir a qualidade; 5)- Construir uma gestão democrática.
Que coisa mais linda! Que Governo bonzinho! “Vem cá, Lula, me dá um abraço! Cê é bonzinho demais da conta!" Agora, responda, "o pooooolvo quer saber": Como??? Como isso tudo vai ser feito?
Para responder a essa pergunta, vamos analisar o item 3, o meu favorito: “democratizar o acesso”. Uma idéia brilhante surgiu de uma massa preguiçosa e pressionou o governo: “vamos abrir vagas nas universidades para as minorias!!!”. Pois bem...Item B: Quem é a minoria???

Antes de partirmos para a próximo item, eu gostaria muito de deixar uma homenagem aos DCE´s trololós:

“Meu nome é Adebaldo Corrêa, adoro aparecer com um megafone, sou aluno de Psicologia, estou no 3º período e vou recitar um poema pra vocês, de Fernando Pessoa:

AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de rodaGira,
a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração."

Que coisa linda!
("Aplausos para ele, gente!")

Sem desmerecer o Fernando Pessoa, mas ei, DCE, vá tomar no cu com essas Propostas 23, 24, 25... !!! A Universidade precisa é de consciência. Essa poesia gritada mal e porcamente no megafone está fora de contexto. Aliás, é até uma ofensa a Fernando Pessoa. E não vai trazer consciência política pra ninguém.

Dúvida : Essa cama elástica, na semana do falecimento do Papa, era em comemoração ao óbito??? "Vamos pular nossa dor na cama elástica, gente!"E depois, o reitor afirma que o luto foi decretado...
"DCE, eu não sei o que é Reforma Universitária...Tem problema não, meu filho, é só pular na cama elástica!"

Não sei de quê estou mais com raiva: se foi ter ouvido Fernando Pessoa mal e porcamente, se foi ter percebido a indiferença quanto à morte do Papa, se foi a negligência do DCE quanto à Reforma Universitária, se foi não ter pulado na cama elástica ou, mais grave, terem gastado dinheiro com cama elástica e não terem alugado nem uma máquina de algodão doce!

Críticas ou comentários via “comments”.
Próxima postagem:
"Item B: Quem é a minoria?"
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* Vide site do MEC.

segunda-feira, abril 18, 2005

Denúncia

Há poucos dias, foi solicitada ao repórter Francisco Ribeiro uma matéria de cunho jornalístico a respeito da morte do Sumo Pontíficie, o Papa.
A matéria deveria tratar apenas da reação da Universidade Católica de Minas Gerais - a PUC Minas - à fatalidade. Mas, como Francisco Ribeiro é impecável na investigação, foi além. Denunciou uma grande rede de jogatina instalada dentro da própria universidade.
Pressionados pela imensa rede católica, "a igreja", jornal nenhum foi capaz de divulgar essa alardeante matéria. Por sorte, nosso site teve acesso exclusivo a esses escritos e aqui estamos divulgando a verdade...
A seguir, a matéria de Francisco Ribeiro, na íntegra.

Falta de recesso gera inconformismo

O mundo católico acordou de luto nesta segunda feira (04/04/05). A razão: a tão comentada morte do Papa João Paulo II. No campus da PUC Minas unidade S. Gabriel, o sentimento predominante não era a tristeza. Muitos dos alunos se mostravam indignados, não pelo destino do Sumo Pontíficie, e sim pela manutenção das atividades acadêmicas.
A direção da instituição havia anunciado luto de 3 dias após o já previsto falecimento. Uma vez ocorrido no sábado, o luto iria durar até segunda feira, e de fato durou. A surpresa foi que as atividades mantiveram o funcionamento normal, ao contrário do que idealizava uma grande quantidade de estudantes desinformados.
A adoração por recessos é quase unânime nos meios acadêmicos. Exauridos pela estafante maratona de estudos necessária para o sucesso no vestibular, muitos alunos exageram no descanso. Prova disso é o intenso movimento nas cantinas dentro da própria universidade, onde a dedicação à jogatina supera de longe as aspirações por uma futura carreira. Neste cenário, temos, inclusive, personagens marcantes, a exemplo de ‘Big Brother’ (nome fictício), apelidado de “monitor de teoria geral do truco”.
Este quadro isolado deixa claro que um triste aspecto da cultura nacional, a preguiça generalizada, está presente até na minúscula parcela da população do Brasil que tem acesso ao Ensino Superior. Tais pessoas parecem desconhecer o privilégio que possuem. E em muitos casos, esses mesmos sujeitos são os que cobram melhorias na conjuntura do País. Grande ironia.

Flagrante: Meninos na jogatina.

Papa não acredita no absurdo e pede truco.


O www.aconteceuviroutexto.blogspot.com agrade ao repórter Francisco Ribeiro pela gentil colaboração nesta postagem.

domingo, abril 17, 2005

Ambigüidade - "Além do dentista, eu uso e recomendo Sensodyne"

Eis que eu estava aqui no computador conversando fiado enquanto ouvia a televisão ligada. De repente, alguma força misteriosa do além me fez prestar atenção na propaganda do "Sensodyne", aquele creme dental para dentes sensíveis. Quem estrela a propaganda é a insossa Malu Mader, que chega ao dentista e reclama não poder tomar nada gelado, nem muito quente. O dentista, à vontade com as câmeras como se estivesse pelado numa missa, responde entre dentes cerrados que também sofria com dentes sensíveis, mas que agora, tudo está "óóóótêmo" porque passou a usar "Sensodyne" com minerais e trololós. Até aí, "Sensodyne" era só mais uma pasta dental para dentes sensíveis. Até que surge a surpresa, aparece a Musa Malu Mader tomando sorvete e a dizer a maravilhosa frase: "Hoje, além do dentista, eu uso e recomendo Sensodyne!"
Leia novamente.
Essa frase me lembrou muito as aulas de Ética/Filosofia do Boaventura! Isso é o reflexo da Modernidade Líquida, é a superficialidade das relações. Ninguém se entrega aos relacionamentos, usamos as pessoas como se elas fossem cremes dentais, que depois de extrairmos o que há de melhor deles, jogamos fora! Isso sem contar o absurdo que é o apoio da mídia ao adultério como sinônimo de emancipação feminina! Malu Mader é uma Musa casada! Por outro lado, a "Modernidade" sugere que por sua vez, as mulheres estão aprendendo que burro amarrado também pasta! "Pasta"! "Pescou, corega?" "Pasta!"
"Sensodyne" é o creme dental da mulher moderna! Moderna como a Malu, que usa e recomenda o uso! É isso aí, mulherada, tem de usar os homens mesmo! O dentista, o advogado, o médico...mas não se esqueçam de usar o "Sensodyne" só porque os publicitários responsáveis cometeram um erro gravíssimo desses, ok?!

PS: Tenha uma boa alimentação e uma boa higiene bucal e talvez você não precise usar "Sensodyne". Uma boa evolução moral pode lhe impedir de usar os homens...
Mas erro absurdo de ambigüidade, só uma boa aula de Português de segundo grau lhe ajuda a evitar! E a sua professora preocupada em lhe enfiar Gramática garganta abaixo...


Posted by Hello