Debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte realizado ontem, pela Rede Globo.ROUND 3 - Temas sorteadosTema sorteado: Meio AmbienteJô Moraes pergunta a Leonardo Quintão quais são as propostas dele para o meio ambiente. Lembra, principalmente, dos córregos, que continuam sem tratamento em Belo Horizonte.
Leonardo Quintão diz novamente que não concorda com a venda de ações da Copasa pela Prefeitura. Explica que sendo acionista, a PBH teria mais condições de opinar e intervir nas ações da Copasa. "Agora, fica mais difícil", diz. Na seqüência, promete trabalhar em parceria com o governador. Ressalta que a Copasa faz um bom trabalho, mas, que tem deixado muito a desejar, principalmente, com tantos locais em que o esgoto permanece a céu aberto.
Jô diz que a prioridade do prefeito tem que ser com o saneamento básico porque cuidar de pessoas é fundamental. Lembra que é preciso cuidar da Pampulha, mas, assegurar educação ambiental a todos.
Quintão volta a falar da Copasa: "eu vou ser parceiro do governador. Mas, eu não vou ser submisso, não. Quero dar meus pitacos. A Copasa precisa fazer mais".
Tema sorteado: geração de empregos(Após o sorteiro, Leonardo Quintão comemora: "esse tema é o melhor!" Isabella Scalibrini ri.)
Quintão começa dizendo que a PBH hoje tem um programa de geração de trablaho e renda que atende a 2 mil pessoas. Diz que como deuputado federal, tinha um programa que oferecia cursos profissionalizantes a 3600 pessoas. Promte atender a 150 mil pessoas, se eleito. E finalmente, pergunta a Márcio o que fará para gerar empregos, caso este seja eleito.
Márcio diz que além de treinamentos, tem que haver empregos. E que isso só se consegue melhorando a economia. "Tenho um plano de desenvolvimento. Mas infelizemente, não dá pra detalhar agora", diz. Promete criar vagas na PBH para aumentar o número de estagiários, principalemnte, para os estudantes do Pró-Uni.
Quintão se compromete a investir 1% do orçamento na capacitação de mão-de-obra. Justifica dizendo que há emprego, mas, as empresas precisam de mão de obra qualificada. E questiona o valor do investimento da PBH anunciado por Márcio: "São só R$ 235 mil, Márcio".
Márcio se justifica dizendo que citou dados fornecidos pela PBH e que não tem como dizer se estão certos. Volta à proposta, dizendo que as pessoas que se formam em BH precisam trabalhar na capital (e não migrar para outros estados em busca de emprego). Para isso, a solução é qualificar a mão-de-obra.
Tema sorteado: EducaçãoMárcio Lacerda escolhe perguntar a Sérgio Miranda: "como o senhor vê a formação nas escolas infantis?"
Sérgio Miranda diz que elas seriam prioridade em seu governo. Informa que há carência de 50 mil vagas nas escolas infantis da capital. "Investir é fundamental", diz. Continua, dizendo ter uma visão mais ampla sobre a educação. Para ele, é preciso "combater a vulnerabilidade social em áreas de conflito" e investir em "qualificação do ensino, socialização e proteção do estudante". Diz que há poucas escolas cujo turno seja integral. Mas, que em uma dessas, a que se situa na Pedreira Prado Lopes, o indíce alcançado hoje era o previsto para 2010.
Márcio promete criar mais 100 mil escolas infantis, o que vai gerar 44 mil vagas, eliminando o déficit. Também promete mais vagas nas escolas integrais. Mas, diz que antes, precisa dobrar os números de prédios e a quantidade de professores. Diz que a escola integral é um investimendo a longo prazo ao passo que a escola integrada é de curto prazo.
Sérgio Miranda se irrita e dispara: "você não vai criar 100 mil vagas. Vai criar 100, no máximo". E fala ao espectador: "a escola integrada é muito diferente da escola em período integral. No contra-turno da escola integrada, há monitores (que nem são professores) brincando com as crianças". Explica que a escola integral realmente é mais cara porque contrata professores "de verdade" para cuidar das crianças.
Tema sorteado: Transporte ColetivoSérgio Miranda pergunta a Gustavo Valadares o que este pretende fazer para melhorar o transporte coletivo.
Gustavo diz que é preciso ter um tranposte coletivo de qualidade, que seja ágil, barato e eficiente. Este transporte seria o metrô, "que precisa deixar de ser promessa". Gustavo diz que o metrô deve transportar um milhao de passageiros/dia, com a implantação das linhas dois e três. E propõe que a BHtrans deva agir como uma companhia gestora do tráfego. Nesse caso, quem fiscalizaria o trânsito seria a Guarda Municipal treinada para isso. No projeto de Gustavo, a Metrominas administraria o metrô, em parceria com a iniciativa privada.
Sérgio Miranda discorda dessa parceria. "A iniciativa privada não vai se interessar, enquanto o estado não injetar milhões", diz. Além disso, teme o aumento das passagens. Informa que 1/3 da população anda a pé porque considera a passagem dos ônibus muito cara.
Gustavo diz que parceria público-privada é diferente de privatização. "É uma parceria em que o setor privado seja parceiro", 'explica'.
Tema sorteado: habitaçãoGustavo pergunta a Jô qual é o projeto da candidata para reduzir o déficit habitacional.
Jô informa que o déficit populacional é um problema histórico. Deriva da explosão demográfica das décadas de 70 e 80. Fiz que falta estrutura urbana adequada. Promete trazer de volta o "Orçamento Participativo" para trabalhar a questão com o povo. Por fim, garante a construção de 10 mil novas casas.
Gustavo informa que em BH há 2 milhões e 400 mil habitantes. Destes, 500 mil moram em favelas. Diz que é preciso ampliar o programa "Vila Viva" e que a parceria com a Caixa Econômica Federal e com a Cohab é importantíssimo.
Jô concorda que a parceria com o Governo Federal seja importante. E finaliza: "é prioridade do meu projeto que recursos sejam aplicados na habitação".
4º ROUND - Tema livreMárcio Lacerda começa dizendo que a aliança (que encabeça a candidatura dele) causou polêmica. Mas, que para muitos trouxe admiração e esperança. Ele, então, pergunta a Gustavo Valadares o que este pensa sobre a questão.
"Ao longo da minha campanha, disse aos quatro cantos da cidade que está muito claro: temos candidatos da aliança, os contrários e O que tem propostas", é a resposta curta e grossa de Gustavo. Diz que que tem uma visão crítica sobre a cidade. Informa que na década de 80, Belo Horizonte disputava com Curitiba o título de melhor cidade para se morar. Mas, depois, entrou em "franca decadência". "Precisamos recuperar esse título", diz. E conclui: "Minha aliança é com a população. Quero que ela escolha o candidato das propostas. Quero uma cidade melhor pra esta e outras gerações".
Márcio diz que a aliança foi feita para dar continuidade às melhorias. Destaca sua qualidade como gestor público. E conclui: "Me escolheram porque enxergaram que Márcio Lacerda será um excelente prefeito".
Gustavo retruca: "eu respeito sua trajetória e sua aliança, mas está havendo uma inversão de valores. o relacionamento do prefeito com o governador não deve ser exceção, tem que ser a regra".
Gustavo fala agora a Jô Moraes: "o atual prefeito no apagar das luzes da gestão propõe a mudança da rodoviária para o Calafate. Usa um projeto de 1980. É com esses estudos que a senhora quer comandar a cidade?"
Jô diz que a palavra é planejar. Propõe uma rota radial em que o centro não seja a base. E diz que a solução é construir três rodoviárias nas saídas Rio/SP/ES para não concentrar o trânsito no centro.
Gustavo diz que também é contra a transferência da rodoviáira para o Calafate e que concorda com a idéia das rodoviárias nas três saídas da capital. Diz que pretende criar um instituto de pesquisa e planejamento urbano, semelhante ao que há em Curitiba. Com isso, pretende resolver a falta de planejamento. "Quero obras pensadas hoje, mas, com conseqüências daqui a 50 anos", diz.
Por sua vez, Jô pergunta a Leonardo Quintão: "há uma crise política de representação (dos políticos) e muito disso é porque os projetos apresentados não correspondem aos anseios do povo. Tivemos uma grande conquista (na melhoria da imagem pública) que foi a vitória de Patrus e do Lula. O que fazer para melhorar a imagem dos políticos?"
Quintão diz que quer trabalhar em parceria com o presidente Lula e o governador Aécio Neves. E elogia o governador: "ele é meu amigo também. É gente boa, fez um bom serviço". Diz que as competências administrativas são aprendidas na Assembléia: "sendo deputado é que você consegue sensibilidade para admnistrar BH". E a coragem para enfrentar vaias e críticas diz ter aprendido nos debates realizados nas universidades. Novamente, promete atuar na parceria e não na submissão. E ressalta que as obras não vão parar: "é balela que obra vá parar. As obras vão continuar, mas, eu quero melhorar o resto também. Dá pra fazer".
Jô volta a alfinetar a aliança: "realmente, precisamos recuperar a confiança do povo. Não conseguimos entender como alguns líderes se consideram acima dos partidos. Vemos dois políticos usando o prestígio que têm para escolher um prefetio. É preciso reforçar nossas convicções na democracia".
E Quintão completa: "é, gente, as obras vão continuar. São recursos do governo federal. Mas, também quero invesitir em gente". E aproveitando a própria deixa, pergunta a Sérgio Miranda: "Sérgio, você acha que se determinado candidato ganhar, as obras vão parar?"
Sérgio Miranda diz que a questão das obras "tem que se escancaradas". Diz que as obras são maqueagens porque as realmente essenciais ainda não foram feitas. "São simplesmente vias paralelas", diz, referindo-se à Antônio Carlos e as obras da Linha Verde. E pergunta o que está sendo feito para melhorar as regiões do barreiro, leste e noroeste. Fala ao espectador: "as obras vão continuar, mas, vamos tratar das estruturantes, como as do Anel Rodoviário e metrô". Diz que o Anel Rodoviário "é a Contorno de 50 anos atrás." Também lembra dos freqüentes acidentes: "aquilo é via da Morte!" Propõe um anel metropolitano, fazendo um "rodo anel" (para tirar o tráfego intenso do meio da cidade) e trabalhar o metrô metropolitano.
Quintão volta a falar com o espectador: "está na hora de você decidir. As obras vão continuar porque são recursos do governo federal, do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Isso não é novidade de nenhum governo". Por fim, além de se comprometer a continuar as obras diz que vai investir na qualidade de vida. "O que me dá alegria é cuidar de gente e R$ 45 milhões resolvem isso. Com R$ 5 bilhões não dá pra fazer nada?", questiona.
Sérgio Miranda diz que a luta pelo metrô é fundamental e que é preciso uma mobilização política. Defende que problemas não serão resolvidos no interior da prefeitura. "Por isso, prefeito não pode ser gerente. Tem que ser líder político", conclui. E direciona-se a Márcio Lacerda: "o Ministério Público julga a sua campanha por abuso de poder político e poder econômico. Qual a diferença que você vê entre legalidade e legitimidade?"
Márcio explica que "legitimidade é definida pela realidade política, por opinião, ética e moral aceitas pela maioria". Diz que não há abuso de poder na aliança. "Disseram que há abuso de poder porque o governador disse que vai investir milhões (na próxima prefeitura), mas esse compromisso é independente de quem assuma (a PBH). O governador tem absoluta certeza de que as obras vão continuar, se Marcio Lacerda ganhar. Isso porque confia em mim", diz em sua defesa.
Sérgio diz que legitimidade e legalidade são profundamente diferentes na política. Legalidade seria fruto da decisão judicial. Explica que se for considerada ilegal a presença do governador na campanha de Márcio, quebraria a legitimidade da eleição, o que para ele é mais importante. E fala a Márcio: "caso você seja eleito, estará ameaçado a ser cassado".
Márcio novamente se defende: "há uma ação, como existem milhares de outras em cada campo. Cabem aos juízes definir isso. Estamos absolutamente certos de que vamos ganhar em todas as instâncias. E eu não serei ameaçado como prefeito".
CONSIDERAÇÕES FINAIS"Olha, gente, mto obrigado. (...) Foi um prazer estar aqui, debatendo, levando as propostas pra vc. Estou pedindo seu voto. Pense. Veja minhas propostas na internet.(...) Participei de todos os debates, aprendi muito.(...) Vou continuar todas as obras. Mas, eu quero cuidar é de gente. A sáude e a educação precisam melhorar. Te encontro no 2º turno. Me ajuda aí, que nós estamos juntos."
"Essa foi uma bela campanha. Foi um reecontro com essa BH que luta, tem fé, trabalha. Vi pessoas que contribuíram com a minha campanha. (...) Ontem, o TSE me deu uma grande alegria. Julgou que eu tinha razão nas minhas ações. (...) Me ajude a ser a primeira mulher a se tornar prefeita de BH".
"Essa foi uma candidatura de propostas. Nem de aliança, nem contra ela. Propostas. Quero uma melhor qualidade na educação. (...) É para isso que sou candidato. Quero fazer dessa cidade, a melhor para se viver. Confio na mudança. Confio numa BH mais justa".
"Eleitor, é você quem vai decidir essa eleição. Ninguém vai decidir por você. Eu vim pedir seu voto. Me sinto em condições de dirigir a cidade. Conheço a administração publica e interpreto os sentimentos da maioria. (...) Tem que mudar e essa mudança tem que ser feita por uma pessoa que mereça sua confiança. (...) Quero uma BH mais justa para a maioria".
"(...) obrigado aos adversários pela presença. Rodei pela cidade. Conversei com muita gente. Me emocionei com o contaoto pessoal. Estou panfletando nas portas das universidades, me comprometendo a ir lá depois. (...) O Governador e o Prefeito me escolheram porque acreditam que eu sou o melhor".
O QUE CADA CANDIDATO ACHOU DO DEBATEEntrevista concedida à Rede Globo, logo após o término do debate.Márcio Lacerda - "Foi bom. Espero que seja o 45".
Lenardo Quintão - "Olha, gente, vai lá caladinho, só você e a urna e vota 15".
Sérgio Miranda - "Os acontecimentos recentes da política vão dar consciência ao eleitor.
Gustavo Valadares - "Estou muito satisfeito". E ressalta que foi o candidato das propostas.
Jô Moraes - "Essa foi uma eleição desigual, mas, eu vou ser a primeira mulher a se tornar prefeita. Vamos para o segundo turno!"
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